O segundo mês de 2022 não foi fácil para a renda variável. O Ibovespa, como contamos nesta reportagem, teve um de seus piores fevereiros em 22 anos, com uma queda de mais de 7%. O mercado de fundos imobiliários (FII) também não escapou: depois de cair 1,6% em janeiro, o IFIX encerrou fevereiro em queda de 0,45%. Apesar de um 2023 negativo até aqui, banco diz que a perspectiva de longo prazo ainda é positiva para os FIIs.
A perspectiva de juros mais altos e por mais tempo continua impactando a cotação dos FIIs, ao mesmo tempo que o mercado enfrenta as questões envolvendo companhias locatárias dos galpões logísticos como Americanas (AMER3), Marisa (AMAR3) e Tok&Stok. As três empresas apresentaram problemas de inadimplência e impactaram os fundos imobiliários de galpões logísticos direta ou indiretamente, como contamos nesta reportagem.
Com o cenário complicado, o Itaú BBA realizou alterações em sua carteira recomendada de FIIs para o mês de março, adicionando novos papéis e diluindo as posições em outros.
Antes da alteração, os ativos recomendados estavam expostos ao risco da Americanas e da Tok&Stok. Com as mudanças e a adição do fundo Kinea Renda Imobiliária (KNRI11), agora também há exposição ao risco Marisa.
Mas por que adicionar outro evento que oferece risco inadimplência no portfólio?
“De maneira direta, fomos surpreendidos com a notícia da inadimplência da Marisa um dia depois de recomendarmos a compra de KNRI11, porém, por se tratar de um fundo diversificado e muito bem tocado, além do provento não ser impactado, ele deve aumentar para a faixa de R$ 0,95/cota, ante os R$ 0,91/cota que o fundo vinha pagando nos últimos meses”, respondem Larissa Nappo e Marcelo Potenza, analistas do Itaú BBA, no relatório mensal de FIIs do banco.
Para março, a carteira recomendada de FIIs do banco conta com 12 ativos. Quatro deles são do setor de ativos financeiros e três, de galpões logísticos; os outros cinco são do setor de renda urbana, misto, lajes corporativas, híbrido e shoppings.
Os analistas do Itaú BBA destacam que mantém a perspectiva otimista para o mercado imobiliário no médio e longo prazo. No curto prazo, as incertezas em relação ao cenário político e riscos fiscais ainda podem causar volatilidade.
“Esperamos que os fundos imobiliários continuem com uma boa relação risco retorno versus outras classes de ativos. Precisamos acompanhar de perto o movimento na curva longa de juros, mas, de forma geral, a situação econômica deve ser analisada em paralelo, pois uma alta de juros e inflação, acompanhada de uma economia forte, pode ser benéfica aos FIIs”, destacam Nappo e Potenza.
Veja a seleção de FIIs do Itaú BBA:
CSHG Renda Urbana (HGRU11)
Setor: Renda urbana
Dividend yield: 8,9%
Vinci Logística (VILG11)
Setor: Galpões logísticos
Dividend yield: 7,3%
Bresco Logística (BRCO11)
Setor: Galpões logísticos
Dividend yield: 8,0%
VBI Logístico (LVBI11)
Setor: Galpões logísticos
Dividend yield: 9,2%
Kinea Renda Imobiliária (KNRI11)
Setor: Misto
Dividend yield: 8,3%
VBI Prime Properties
Setor: Lajes corporativas
Dividend yield: 8,5%
RBR Properties (RBRP11)
Setor: Híbrido
Dividend yield: 7,2%
HSI Malls (HSML11)
Setor: Shoppings
Dividend yield: 11,3%
CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11)
Setor: Ativos financeiros
Dividend yield: 14,2%
Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11)
Setor: Ativos financeiros
Dividend yield: 12,1%
Kinea Índice de Preços IQ (KNIP11)*
Setor: Ativos fin.
Dividend yield: 12,0%
*Este fundo é destinado apenas a investidores qualificados.
Kinea High Yield IQ (KNHY11)*
Setor: Ativos Financeiros
Dividend yield: 13,3%
*Este fundo é destinado apenas a investidores qualificados.
Fonte: Estadão
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